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quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Em entrevista, antropólogo explica a ineficiência dos serviços públicos


Em entrevista, antropólogo explica a ineficiência dos serviços públicos 
O antropólogo diz acreditar que um dia acabará a história de os funcionários públicos dizerem não aos cidadão por puro prazer 
Diego Amorim
Publicação: 23/12/2013 08:00 Atualização:

 (www.palestrativa.com.br/Reprodução )


A inaptidão dos serviços públicos intriga Roberto DaMatta. Professor, antropólogo, escritor e cidadão de 77 anos, nascido em Niterói (RJ), ele diz que a ineficiência do Estado já lhe serviu de inspiração para vários livros. “O que a gente vê no Brasil é ‘burrocracia’, não burocracia”, afirma. No entender dele, o drama de brasileiros que precisam do Estado reflete uma profunda distorção do conceito de serviço público, contaminado por uma forma de governo na qual o poder político é dominado por um grupo elitista. Os servidores públicos, analisa, se esquecem de fazer o que são obrigados, ou seja, servir. Mas se sentem confortáveis com essa situação, pois ao Estado pouco importa exigir de seus funcionários o rompimento com tal paradigma. Para DaMatta, em vez de espernear a cada ida a um órgão público, a sociedade deveria assumir parte da responsabilidade em um processo de mudança. “O brasileiro precisa, na próxima eleição, escolher melhor em quem votará e perseguir os eleitos com suas demandas”, sugere. E diz mais: o povo tem mais capacidade do que pensa para exigir e conquistar serviços públicos de qualidade compatível à avalanche de impostos pagos. Veja os principais trechos da entrevista do antropólogo ao Correio Braziliense. 

O que explica a ineficiência dos serviços públicos?
É um assunto muito complexo para ser reduzido em um fenômeno exclusivo. Mas diria que o centro dessa questão está na relação entre o Estado e a sociedade no Brasil. A sociedade brasileira é inteiramente englobada pelo Estado, que se posiciona como o dono, o centro, quem dispõe dos recursos e os administra da maneira que bem entende. Não há uma ideia de reciprocidade, de responsabilidade em devolver aquilo que é da sociedade. O que mais me intriga nisso tudo é que a própria sociedade continua achando que quem pode melhorar a situação e fazer o país progredir é o Estado, quando, na verdade, é ela mesma que tem esse poder.

Há um certo conformismo?
Sim, e isso tem a ver com teorias que moldaram nossa sociedade. Até 1989, vivemos uma monarquia, uma aristocracia. Depois, criaram uma República aristocrata.

Existe um erro de origem? Uma visão distorcida do serviço público?
Exato. O problema está na concepção que as pessoas têm do Estado. Não há a ideia de que a essência do serviço público está justamente no servir ao público. Não há uma ideologia para treinar os funcionários do Estado nesse sentido. O servidor não é treinado no Brasil. Ele assume um papel possuído e toma posse desse papel. Uma vez, por exemplo, que o cidadão vira enfermeiro titular de um determinado posto de saúde, ele se sente intocável, porque sabe que dificilmente alguém vai botá-lo na rua. Aí ele falta, não cumpre com os horários e perde o público de vista. 

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